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sábado, 31 de janeiro de 2015

Tirar Sortes


"Tirar Sortes"


            “Dava-se o nome” em Janeiro. Juntavam-se os moços daquele ano, estes contratavam um tocador de concertina e punham-se a caminho de Castelo de Vide, pois era nos Paços do Concelho que se iam alistar para a tropa (20 anos). Para a ocasião mandava-se fazer um fato inteiro e bordar uma bolsa nova, onde levavam a merenda. Enfeitavam uma carroça e era assim que faziam o caminho até á vila acompanhados do tocador e de um garrafão de cinco litros de vinho.
            Mais ou menos em Junho iam “tirar sortes”, também em Castelo de Vide. Esses mesmos rapazes mandavam deitar um pregão anunciando um baile (pago por eles), na Sociedade Recreativa e Musical, para essa noite quando voltassem.
            Aqueles que já estavam noivos, ofereciam um anel á rapariga e elas ofereciam-lhe um alfinete de gravata ou uma corrente de relógio. Aqueles que eram só namorados, a moça dava um lenço bordado ou uma camisa, mas esta já não recebia anel. Geralmente as amigas ofereciam lenços de cachine para pôr ao pescoço.
            Quando chegavam da Vila, as pessoas podiam ver qual tinha sido a sorte de cada um, pois traziam uma fita no braço da cor que lhes tinha calhado. O verde era espera, a branca ficavam livres e só o vermelho para os apurados. A meio do baile havia sempre a dança dos mancebos, em que cada qual “puxava” a noiva ou a moça que trazia debaixo d`olho.
            Ás vezes era nesses bailes que o povo ficava a saber quais os namoros que ainda não eram oficiais.

                                                                                                          Elisabeth Arez 


Bem hajam 
Carlos Fernandes

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