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domingo, 17 de janeiro de 2016

Rezas, benzeduras e sinapismos


Quebranto, cobreiro, mau-olhado, espinhela caída, erisipela, vento virado, peito arrotado. Quem quer que percorra as aldeias da zona rural, as pequenas cidades do interior ou mesmo as periferias das grandes cidades vai se deparar, em um momento ou outro, com alguns desses nomes que fazem parte de um mundo mágico-religioso, povoado de rezas, crenças, simpatias e benzeduras. Na cultura popular, corpo e espírito não se separam, tampouco desliga-se o homem do cosmos, ou a vida da religião. Para todos os males que atingem o corpo e a alma do homem sempre há uma reza para curar. É por isso que, apesar do tempo e dos avanços da medicina, a tradição dos benzedores ainda persiste na nossa moderna sociedade capitalista. Acreditando ou não no poder da reza, haverá  sempre aqueles que procuram, nas rezas e nas benzeduras, uma cura para a sua doença ou um alívio para a sua dor.


O uso de plantas, na cultura humana, se constitui de uma prática milenar que permanece até hoje. As primeiras civilizações cedo se perceberam a existência, ao lado das plantas comestíveis, outras dotadas de maior ou menor toxicidade que, ao serem experimentadas no combate à doença, revelaram, embora empiricamente, o seu potencial curativo (CUNHA, 2011). Toda essa informação foi sendo, de início, transmitida oralmente às gerações posteriores. Esse homem primitivo, a exemplo de muitas pessoas hoje, buscava na natureza a solução para a cura dos mais diversos males que afectam sua saúde. No entanto, muitas vezes essas curas entram para o contexto espiritual, surgindo os feiticeiros, curandeiros, videntes e benzedeiros, pessoas às quais cabe a tarefa de livrar o corpo e a alma das enfermidades, fazendo assim a ligação entre a magia, religião e saúde. 

É este vastíssimo património cultural que urge preservar . Se a eficiência destas rezas e benzeduras são credíveis , é outra história !
No entanto, já no que diz respeito ao sinapismo   cataplasma  de mostarda  que se aplica como revulsivo, que ao irritar a pele irá descongestionar os órgãos e tecidos profundos subjacentes e, assim, poder melhorar os processos inflamatórios , os seus resultados são por mais evidentes neste nosso Portugal .
Quem sabe ?, Que não serão estes temas como a geoterapía , vinoterapia , alimentação vegetariana , naturismo , yoga etc... uma mais valia para combater a vulgaridade em que se tornaram as unidades de turismo rural, que proliferam no Portugal profundo, sem dúvida um segredo e um tesouro a ter em conta .

Bem hajam 
Carlos Fernandes