São muitas as lendas e
histórias populares que se contam um pouco por todo o concelho, mas nem sempre
com implantação ou versões coincidentes de localidade para localidade. As aqui
indicadas são apenas uma selecção do vasto património oral disperso por diferentes
publicações, podendo ser encontrados mais pormenores no fundo local da
Biblioteca Municipal. LENDA DA SOBREIRA FORMOSA
A tradição atribui o
nome a um episódio perdido no tempo, num dia em que três raparigas bonitas
estariam a fiar e conversar à sombra de um sobreiro, quando por ali passou um
visitante. Apontando uma delas, o desconhecido terá repetidas vezes admirado a
sua beleza, dizendo o quanto era formosa. O caso tornou-se conhecido e fez eco
das palavras sobreira e formosa, originando o nome com que a terra foi
baptizada.
Outra versão conta que o
nome da freguesia provém de uma sobreira que sobressaía entre todas as outras
que existiam em grande número na região. Mais frondosa e formosa que as
restantes, a referida árvore, no local do actual adro da igreja, servia de
abrigo aos visitantes que sob os seus ramos descansavam e se protegiam da chuva
e do sol. À sua volta foram sendo construídas as casas que, com o passar dos
tempos, originaram a povoação.
LENDA
DO ARCO DA MOITA
Conta-se que um rapaz do
Espinho ia à escola a Proença e descia a pé o Vale Fagundes, naquele tempo
muito temido por causa dos “medos”. Como a distância até à escola era muita, o
garoto passava no local de madrugada e, ao final do dia, já noite cerrada. A
maior parte dos dias chorava com medo e queria desistir de ir à escola.
Uma noite, apareceu-lhe
uma senhora vestida de branco, que o aconselhou a ter coragem e a ser
persistente no estudo, porque um dia haveria de ser padre. Daí para diante, o
rapaz não voltou a ter medo nem desistiu de ir à escola, prometendo que se um
dia fosse mesmo padre construiria no local um arco de pedra, para recordar
aquela aparição.
Assim teria nascido o
Arco da Moita, que ao longo dos tempos foi assinalando o cruzamento da estrada
principal com a via que conduz ao Vale das Balsas. Depois de ter sofrido
alterações de localização, o arco foi recentemente removido devido às obras de
construção do IC8, voltando ao que seria o seu local de origem.
LENDA DA CORTIÇADA
Nos tempos em que existia em Proença-a-Nova grande quantidade de cortiça, um grupo de habitantes decidiu fazer uma torre que os levasse até à lua. Começaram a reunir e a empilhar cortiços sobre cortiços, subindo cada vez em direcção à meta. Quando já muito tinham trabalhado e estavam quase a atingir o objectivo, faltando colocar apenas um último pedaço, aperceberam-se que tinham esgotado toda a cortiça disponível e mesmo depois de percorrerem o concelho não conseguiram encontrar mais.
Depois de muito pensar, um deles pensou ter encontrado a solução:
- Já sei! Tiramos o cortiço do fundo e colocámo-lo em cima, a terminar a torre.
Assim fizeram e claro que a torre de imediato se desmoronou.
Uma segunda parte da lenda retrata uma certa rivalidade que sempre existiu entre Proença e Sobreira Formosa, que chegou a ser sede de concelho. Ao ver a queda da torre, um dos que estava no cimo da pilha gritou de imediato:
- Eh rapazes, aí vai a cortiçada a caminho da Sobreira!
Ficaram então os habitantes de Proença-a-Nova conhecidos como Cortiçolas e os da Sobreira como Cascorros (designação dada à pior parte da cortiça). Durante muito tempo Proença-a-Nova foi conhecida como Cortiçada.
Proença a Nova um Mundo mágico a descobrir,atreva-se a ser a figura principal da nossa história
Bem hajam
Carlos Fernandes
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