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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O Pancada

Este era o nome do terrível assassino e ladrão que utilizava os caminhos sobre os arcos do Aqueduto para perpetrar toda a espécie de crimes. Segundo reza a História, Diogo Alves, "o Pancada" como era conhecido, escondia-se no aqueduto para assaltar e atacar as pessoas que passavam no longo e estreito passeio ao ar livre sobre a Ribeira de Alcântara, atirando-as depois de uma altura de 65 metros. No Verão de 1837, Diogo Alves terá roubado a vida a 76 pessoas. Foi apanhado em 1840, condenado à morte e enforcado a 19 de Fevereiro de 1841. Esta história de Diogo Alves intrigou os cientistas da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, que após o enforcamento do homicida, lhe deceparam a cabeça para a estudarem e tentarem compreender a origem da sua malvadez.
A cabeça decepada encontra-se, ainda hoje, no teatro anatómico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, conservada num recipiente de vidro, numa solução de formol. Mostra-nos o rosto de um homem com ar tranquilo, contrário ao seu comportamento ao longo da vida.

Bem hajam 
Carlos Fernandes

1 comentário:


  1. Cabeça perdida é excesso de linguagem. Provavelmente a cabeça mais bem preservada em formol do século XIX pertence ao mais famoso serial killer de Lisboa, Diogo Alves, galego de origem e com a sugestiva alcunha de Pancadas. Apesar do ar pacífico fixado à força das circunstâncias, foi o engenhoso assassino que atuou no Aqueduto das Águas Livres ao longo de três anos, assessorado pela amante e proprietária de uma taberna em Palhavã. À noite lançava as vítimas do alto dos arcos ( 65 metros de altura) depois de as roubar, simulando um suicídio. Só no Verão de 1837 executou o ofício em mais de 70 pessoas.
    
    ​​Às 14h15 do dia 19 de fevereiro de 1841, Diogo Alves foi o último português a quem tocou a pena de morte. O espanto por tão sinistra criatura foi de tal ordem que os estudiosos da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa deceparam-lhe a cabeça para futuros estudos. Está hoje exposta no Teatro Anatómico da Faculdade de Medicina de Lisboa sem relatório conclusivo.

    Curiosamente, os crimes de Diogo Alves vieram a ser tema de um dos primeiros filmes mudos realizados em Portugal, uma curta-metragem de João Tavares realizada em 1911.
    
    Pode fazer um passeio tranquilo pelo Aqueduto das Águas Livres de segunda-feira a sábado entre as 10h e as 18h (€2) a começar na Calçada da Quintinha. E não tenha receios de maior, já faz algumas semanas que o Diogo não é visto por lá...

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