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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Oleiros uma aldeia no Pinhal

A demarcação e a individualidade da região onde se situam os domínios do Pinhal profundo são-lhe conferidas pelas características da sua paisagem, que condicionaram um modo de vida e reafirmaram interioridades e solidões”.

Habitada primeiro pelos Celtas e mais tarde pelos Romanos, por aqui passaria a via romana que ligava Coimbra (AEMINIUM) à Covilhã. Atravessaria a Mata de Álvaro,
Mosteiro (atravessa a Serra de Alvélos onde existem vários 
troços de calçada),
Oleiros, onde existe uma ponte sobre a ribeira de Pero Beques, (um desvio poderia ligar à Sertã atravessando a Serra do Cabeço Rainho onde existem vários vestígios: uma 
calçada com 2 km ascendendo pela vertente norte, a calçada de Besteiros no alto da serra, um troço já alcatroado em Castanheira Cimeira já na vertente sul e acalçada em Ermida), atravessaria o rio Zêzere em Cambas ou em Álvaro onde existe uma ponte talvez de origem romana sobre a ribeira de Alvélos.
Também num local bem próximo da aldeia de Orvalho, junto ao marco geodésico do cabeço Marmoural, existem ainda alguns vestígios de uma antiga exploração mineira, que se julga serem de origem Romana.
Etimologicamente o termo Oleiros, permanece envolto em várias dúvidas, poderá estar ligada à abundância de nascestes naturais por toda a região, ou “Olheiros” - “Olhos de água”, mas há autores que defendem a origem da palavra no latim “ollarium “ -“fabricante ou negociante de grosseiras panelas de barro”, apesar de não se encontrarem vestígios da existência de oficinas artesanais no concelho, sendo porém, abundante a matéria prima indispensável para o efeito, o barro “greda argila”.
De origem remota, a pitoresca e atraente Vila de Oleiros, situada entre serranias, fez parte do Priorado da Ordem do Hospital e mais tarde veio a ser integrada como vigairaria na apresentação da Ordem do Crato.  
A primeira referência escrita que temos sobre a Vila de Oleiros data do ano de 1194. Foi neste ano, a 13 de Junho, que D. Sancho I e sua esposa D. Dulce fizeram a doação de algumas terras a D. Afonso Pelágio, Prior da Ordem do Hospital. Nessa doação consta que as terras doadas, entre as quais Oleiros, pertenceriam para sempre à dita ordem, na pessoa de D. Afonso Pelágio. A ordem donatária dividiu então as terras em quatro partes iguais tomando para si uma e deixando as outras três para o concelho então criado. Os capítulos gerais da Ordem do Hospital, que se realizaram entre 1260 e 1261, terão tido lugar no antigo Convento do Mosteiro, que existiu naquela freguesia e de que actualmente apenas restam vestígios espalhados um pouco por todo o lado como é o caso das colunas dóricas que suportam o corpo central da IgrejaMatriz de Oleiros, originárias do convento.
A 22 de Março de 1232, D. Sancho II doou-a de novo à Ordem do Hospital, representada então por D. Mendo Gonçalves, que manda povoar a vila e lhe concede foral, autorizado por D. Afonso mestre dos Hospitalários. A 20 de Outubro de 1513, D. Manuel concedeu-lhe o “Foral Novo”.
Durante as invasões francesas, sofreu Oleiros várias demandas entre as quais a destruição da Capela de Santa Margarida que, segundo reza a tradição, se situaria  no local da Portela e foi usada pelos franceses como paiol de munições. O General Massena, quando da sua passagem pela vila de Oleiros ordenou a sua destruição, ficando completamente em ruínas. A imagem de Santa Margarida veio aparecer mais tarde intacta no local da Horta da Santa, o que foi considerado milagre e recolhida na Igreja Matriz. A actual capela foi reconstruída no século XIX e recebeu novamente a imagem daquela Santa.
Bem hajam 
Carlos Fernandes
Oleiros

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