Translate

domingo, 15 de dezembro de 2013

Chocalhos...

.
O chocalho remonta à Idade Média, e desde então designa um instrumento de metal, com badalo, e mais ou menos semelhante a uma campainha, para se pôr no pescoço de animais. A palavra vem do latim tardio Cloca, que designava uma vaca ou rês com chocalho. Para além de permitir a reunião dos animais de um rebanho, servia o chocalho para avisar o pastor do paradeiro de alguma rês tresmalhada. Os criadores de gado tinham o orgulho de apresentar os seus animais ornados por chocalhos decorados com as iniciais ou símbolo da casa agrícola a que pertenciam.
O fabrico dos chocalhos é artesanal e segue os mesmos processos de manufacturação de há 200 anos.
Em primeiro lugar é necessário talhar o chocalho em folha de ferro. É, seguidamente, cortado por uma tesoura fixa verticalmente à lateral do banco e depois é enrolado na bigorna. A folha é furada para que seja colocado o céu, onde se pendura o badalo. Segue-se a moldagem da asa e sua colocação. O toque só se produz após a união cuidadosa dos lados da folha.
Segue-se o momento de forrar o molde de ferro com folha de bronze, que será ajustada por um processo de embarramento, isto é, a colocação de uma cobertura de barro amassado com palhinha de trigo. Na parte do fundo do chocalho abre-se um furo para que a peça possa respirar, quando submetida a altas temperaturas. Vão então os chocalhos à forja, sendo periodicamente virados, para que o aquecimento seja uniforme. Quando ficam ao rubro, retiram-se da forja e fazem-se rolar no chão liso para arrefecerem e serem, por fim, mergulhados em água fria.
Se após o barro ter sido quebrado a peça tiver alguma irregularidade, volta à bigorna e é limada. É aqui que a peça é terminada com batimentos suaves do artesão que lhe vai afinando o som. Aos guardadores de gado lhes cabe o derradeiro momento de colocar o badalo. Este é de folha ou madeira e consoante a sua espessura  será o som mais grave ou agudo
Bem hajam 
Carlos Fernandes









Sem comentários:

Enviar um comentário