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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Mais que incentivos ao nascimento, políticas de fixação de novos casais .........é urgente .......

A manter-se a actual tendência da evolução do índice de fecundidade em Portugal e não havendo migrações, no ano de 2040 a faixa do interior do país que vai desde Trás-os-Montes ao Alentejo terá perdido cerca de um terço da população atual. Esta é a principal conclusão de um estudo coordenado pela Universidade de Aveiro (UA) no âmbito do projecto DEMOSPIN que, a longo prazo, aponta que as mesmas regiões podem, no cenário em que a actual tendência se mantém inalterada, perder em 90 anos 75 por cento da população em relação a 2011. As regiões de Pinhal Interior Sul, Beira Interior Norte, Alto Trás-os-Montes, Douro e Serra da Estrela serão as principais vítimas do declínio demográfico que assola o interior de Portugal.
O caso mais preocupante, aponta o estudo dirigido por Eduardo Castro da UA, situa-se na zona do Pinhal Interior Sul que engloba os concelhos de Vila de Rei, Oleiros, Sertã e Proença-a-Nova. A investigação aponta aquela região como o pior exemplo à escala europeia no que ao declínio demográfico diz respeito: 35 é a percentagem de habitantes que aquela zona se prepara para perder até 2040 se não ocorrerem mudanças na taxa de natalidade e no fluxo migratório. Os quatro concelhos, que já viram a sua população ser reduzida de 90 mil habitantes, em 1950, para 40 mil em 2010, prepara-se para registar 26 mil habitantes em 2040. Destes, apenas 3.500 serão menores.
Guarda e Pinhel (Beira Interior Norte), Bragança (Trás-os-Montes), Vila Real e Lamego (Douro) e Gouveia, Seia e Manteigas (serra da Estrela) são os restantes concelhos que, segundo o DEMOSPIN, mais serão afectados pela baixa natalidade. 
O estudo financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e que, para além da UA, envolveu as universidades de Coimbra e da Beira Interior e os Institutos Politécnicos de Castelo Branco e Leiria, tem por finalidade alertar as autoridades para o desenvolvimento de estratégias que possam atrair pessoas para o interior do país. “E as decisões têm de ser tomadas de imediato pois os resultados só serão visíveis dentro das próximas décadas”, afirma Eduardo Castro, investigador do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da UA.
Um alerta com soluções
“Estas previsões têm dois sentidos. Um é o de alerta aos decisores políticos, o outro é de constituírem um guia para a acção. O estudo não só diz que se a situação não for revertida a população vai encolher como diz quanto vai encolher”, explica o investigador.
Eduardo Castro garante que o despovoamento do interior é um processo que não se vai resolver naturalmente. “O problema tem de ser resolvido através de políticas fortes que decorram de decisões de investimento naquelas regiões”, afirma o investigador que aponta “as autoestradas com portagens, o fecho de hospitais, de tribunais, de escolas e de outros tantos serviços” como o alimentar do ciclo vicioso do despovoamento. “Quanto mais se fecha menos gente há. Isto é um ciclo vicioso que é preciso romper”, diz.
“O país até pode admitir que é mais barato colocar as pessoas todas no  litoral, acontece é que o património histórico e natural se degrada e que uma  série de infraestruturas feitas para o interior deixam de fazer sentido porque não há quem as use”, alerta o investigador.
“Este estudo serve assim para alertar a consciência dos decisores políticos porque o deixar andar não pode ser. Ou o país decide fechar o interior e toma as consequências disso, ou não quer isso e tem de agir em conformidade já para que não acorde daqui a 30 anos, quando já for tarde para resolver a situação”, conclui Eduardo Castro.
Bem hajam 
Carlos Fernandes 
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