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quarta-feira, 13 de maio de 2020

Portugal também somos nós

Há registos do surgimento de veículos hipomóveis de aluguer durante o século XVII nas principais cidades europeias, e Lisboa não foi excepção. Até ao advento do automóvel, foram usados vários tipos de veículos de tracção animal, alguns deles com adaptações que permitiam melhor adequação ao serviço de aluguer; a mais notável destas seria o taxímetro, que permitia calcular com rigor o preço da corrida, acabando com a necessidade de ajuste prévio. O termo, ainda hoje usado, taxi-cab, advém justamente da junção das palavras taxímetro e cabriolet, um veículo hipomóvel muito usado como carro-de-praça. Os veículos de aluguer de tracção animal foram cedendo o lugar aos motorizados. Os primeiros táxis automóveis terão surgido em Lisboa em 1907, mas os taxímetros só começariam a ser montados nos táxis motorizados por volta de 1910.
 Há mais de um século  que os veículos motorizados de aluguer ,vulgo táxi laboram em Portugal,um lastro de história ,aventuras,desventuras ,encontros e desencontros, nos montes mais distantes nas estradas vilas e aldeias de Portugal o preto e verde faz parte do nosso quotidiano em suma da nossa identidade do património de um povo.
Que o digam as esquinas e vielas de Lisboa,sempre ao serviço da nossa gente .
Faça chuva faça sol ,mesmo nos dias mais cinzentos ,mesmo em tempos de  repressão quantas e quantas vezes foram a escapatória, quantas vezes foram maternidades e parteiros ,muitos aqui nasceram  como também alguns morreram,mas sempre com a mesma missão de sempre servir.
Foram carros a fazer mais de um milhão de kms ,motoristas com mais de cinquenta anos de profissão,foram gerações a ser transportadas para os lugares mais inóspitos,foram muitas vidas perdidas ao volante ,mas também uma reputação que se solidificou e credibilizou toda uma profissão,dirão muitos, maus profissionais , velhos e ultrapassados,contudo,nada os intimida,nada os distrai do foco da sua missão estar presente  e bem cumprir.
Hoje um tempo novo se nos depara,um tempo que nem nos piores pesadelos poderíamos prever,hoje as aldeias,vilas,estradas ,becos e vielas das nossas cidades encontram-se vazias ,como diria o poeta  silêncio e tanta gente, e os pretos e verde lá continuam em eternas filas nas praças das cidades.Muitos ,mas muitos dizem mal da vida,o negócio não dá  isto e aquilo,mas estão presentes porque Portugal também são eles,apesar de a tutela os ostracizar,os devotar ao anonimato ,os pretos e vedes contra ventos e marés lá estão e estarão .

Bem hajam
Carlos Fernandes

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