.CAUSA E PAIXÃO. A causa é esta, a de valorizar os territórios rurais, ricos em histórias e cultura, ricos, no património da nossa gente. A gente, boa e disponível, determinada e sacrificada, a gente! Gente, principal e maior causa deste blogue. A paixão pela nossa mais genuína identidade é a força motriz de toda esta paixão pelo turismo rural
Translate
domingo, 29 de novembro de 2015
A.ruralidades: Consoada do nosso contentamento
A.ruralidades: Consoada do nosso contentamento: O termo consoada refere-se não só à ceia de Natal em família mas também à entrega de prendas na época natalícia, como modo de demo...
Consoada do nosso contentamento
O termo consoada refere-se não só à ceia de Natal em família mas também à entrega de prendas na época natalícia, como modo de demonstrar carinho e amizade pela pessoa a quem se oferece o presente.
A tradição da consoada surgiu na Roma antiga e tem na sua origem costumes pré cristãos. No início, ramos vindos do bosque consagrado à deusa Estrénia, eram enviados aos magistrados como demonstração de respeito. Mais tarde passou a oferecer-se mel, passas, figos, medalhas de ouro, entre outras coisas, e o ato tornou-se tão generalizado, que o povo passou a levar ao imperador da época uma oferenda em dinheiro. Também em dezembro, durante as festas de homenagem ao deus Saturno, em Roma, as pessoas trocavam entre si oferendas tais como estatuetas ou velas de cera.Foi a partir do séc. VII, com o papa Bonifácio, que a consoada ou entrega de presentes se tornou uma tradição cristã. Na época de Natal, o próprio papa distribuía pão entre o povo e recebia deste presentes variadas.
Em Portugal, na noite de 24 de dezembro, o Bacalhau com Todos é um dos pratos preferidos, assim como o Polvo Assado no Forno e o Peru Assado. Mas a riqueza é enorme. Conheça as principais iguarias de Natal de cada região de Portugal
Pratos Típicos da Ceia de Natal em Portugal
Bacalhau com Todos - "O" prato português de Natal, típico em quase todas as regiões.
Minho e Douro
- Bacalhau com Todos
- Polvo
- Vinho Quente
- Roupa Velha
- Amêndoas, Avelãs, Figos, Passas
- Peru Assado
- Mexidos
- Aletria
- Rabanadas com Calda de Açúcar
Trás-Montes e Alto Douro
- Bacalhau
- Polvo
- Passas, Figos
- Filhós de Jerimú
- Migas Doces
- Canja de Galinha
- Assado:
- Peru
- Borrego
- Porco
- ou Leitão
Beiras
- Bacalhau
- Cabrito Assado com Batatas
- Sonhos
- Rabanadas
- Bolo Torto
- Filhós de Joelho
Estremadura
- Bacalhau com Batatas e Couves cozidas
- Cabrito com Batatas Assadas
- Broas de Batatas Doce
- Filhós
- Fatias Douradas
- Azevias
- Aletria
Alentejo
- Bacalhau Cozido
- Peru Recheado com Carnes Alentejanas
- Carolo
- Coscorões
- Azevias de Grão ou Batata Doce
Algarve
- Galo
- Bacalhau
- Peru Recheado
- Rabanadas
- Filhós
- Broas de Milho
- Empanadilhas
Açores
- Galinha
- Canja
- Guisada
- Assada
- Porco
- Vaca
- Arroz Doce
- Licor
- Rabanadas
- Bolos Secos
Madeira
- Espetadas
- Carne de Vinha d´Alhos à Moda da Madeira
- Canja de Galinha
- Bolo de Mel da Madeira
- Bolo de Abóbora
- Bolo de Noz
- Licor
Com tantas e diversificadas iguarias A ruralidades deseja a todos um Natal cheio de sabores e emoções da identidade deste nosso Portugal
Bem Hajam
Carlos Fernandes
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Uma língua muitos livros muitos mundos
Num tempo de agitação de mar revolto, onde tanta vezes nos esquecemos quem somos donde viemos,nada melhor que um livro uma língua muitos mundos .
![]() |
Aquilino Ribeiro |
![]() |
Alves Redol |
![]() |
Ramalho Ortigão |
![]() |
Abel Botelho |
![]() |
Soeiro Pereira Gomes |
![]() |
José Saramago |
![]() |
Eça de Queirós |
![]() |
Raul Brandão |
![]() |
Vergílio Ferreira |
![]() |
Miguel Torga |
Bem hajam
Carlos Fernandes
A Burka o Cloque e o Bióco por terras de Algarve
Raul Brandão escreve a propósito do biuco no seu livro "Os Pescadores", em 1922:
" Ainda há pouco tempo todas (as mulheres de Olhão) usavam cloques e bioco. O capote, muito amplo e atirado com elegância sobre a cabeça, tornava-as impenetráveis.
É um trajo misterioso e atraente. Quando saem, de negro envoltas nos biocos, parecem fantasmas. Passam, olham-nos e não as vemos. Mas o lume do olhar, mais vivo no rebuço, tem outro realce... Desaparecem e deixam-nos cismáticos.
Ao longe, no lajedo da rua ouve-se ainda o cloque-cloque do calçado - e já o fantasma se esvaiu, deixando-nos uma impressão de mistério e sonho. é uma mulher esplêndida que vai para uma aventura de amor? De quem são aqueles olhos que ferem lume?... Fitou-nos, sumiu-se, e ainda - perdida para sempre a figura -, ainda o som chama por nós baixinho, muito ao longe-cloque..."
Trata-se de uma capa que cobre inteiramente quem a usava. A cabeça era oculta pelo próprio cabeção ou por um rebuço feito por qualquer xaile, lenço ou mantilha. As mulheres embiocadas pareciam “ursos com cabeça de elefante”
Oficialmente a sua extinção ocorreu em 1882 e por ordem de Júlio Lourenço Pinto, então Governador Civil do Algarve, foi proibido nas ruas e templos, embora continuasse a ser usado em Olhão até aos anos 30 do século XX em que foram vistos os últimos biocos.“É proibido nas ruas e templos de todas as povoações deste distrito o uso dos chamados rebuços ou biocos de que as mulheres se servem escondendo o rosto”, refere o artigo 32, do Regulamento Policial do distrito, publicado a 6 de Setembro de 1892.
Hoje mais que uma memória bem guardada, parte integrante da identidade local é e será fonte de inspiração para as gerações vindouras .
Bem hajam
Carlos Fernandes
Subscrever:
Mensagens (Atom)