"Tirar Sortes"
“Dava-se o nome” em Janeiro. Juntavam-se os moços daquele ano, estes
contratavam um tocador de concertina e punham-se a caminho de Castelo de Vide,
pois era nos Paços do Concelho que se iam alistar para a tropa (20 anos). Para
a ocasião mandava-se fazer um fato inteiro e bordar uma bolsa nova, onde levavam a merenda. Enfeitavam uma carroça e era assim que faziam o
caminho até á vila acompanhados do tocador e de um garrafão de cinco litros de
vinho.
Mais ou menos em Junho iam “tirar sortes”, também em Castelo de Vide. Esses
mesmos rapazes mandavam deitar um pregão anunciando um baile (pago por eles),
na Sociedade Recreativa e Musical, para essa noite quando voltassem.
Aqueles que já estavam noivos, ofereciam um anel á rapariga e elas
ofereciam-lhe um alfinete de gravata ou uma corrente de relógio. Aqueles que
eram só namorados, a moça dava um lenço bordado ou uma camisa, mas esta já não
recebia anel. Geralmente as amigas ofereciam lenços de cachine para pôr ao
pescoço.
Quando chegavam da Vila, as pessoas podiam ver qual tinha sido a sorte de cada
um, pois traziam uma fita no braço da cor que lhes tinha calhado. O verde era
espera, a branca ficavam livres e só o vermelho para os apurados. A meio do
baile havia sempre a dança dos mancebos, em que cada qual “puxava” a noiva ou a
moça que trazia debaixo d`olho.
Ás vezes era nesses bailes que o povo ficava a saber quais os namoros que ainda
não eram oficiais.
Elisabeth
Arez
Carlos Fernandes
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