"Venho para a Praça Duque de Saldanha desde que fiquei nas
mãos de não ter ninguém. Nasci aqui perto, na casa da minha avó. Um palacete
bonito que o Calouste Gulbenkian quis comprá-lo. A vida dá estranhas voltas, o
meu destino é acenar a quem me cumprimenta. Estou sujeito a que me chamem
maluco, mas não me importo. Da minha solidão sei eu", acrescentou Dizia ser o "Senhor do
Olá"
Nem a chuva o afastava desta missão, que, nos últimos tempos, se
alargou ao Restelo, onde passou a ir almoçar a casa de um irmão. "Havia
quem o chamasse maluco, mas ele dizia que não se importava", conta Ana
Coimbra. Do que não gostava muito era que o chamassem "Senhor do
Adeus": preferia ser conhecido como "Senhor do Olá".
João Manuel Serra, o "Senhor Olá” ficou conhecido dos
lisboetas por todas as noites acenar aos carros e às pessoas que passavam perto
da zona do Saldanha, sempre com um sorriso estampado na cara e impecavelmente
vestido.
Esta era a fórmula do "Senhor Olá”" para afugentar a
solidão. "Essa senhora é uma malvada, que me persegue por entre as paredes
vazias da casa. Para lhe escapar, venho para aqui. Acenar é a minha forma de
comunicar, de sentir gente", disse numa entrevista à revista "Única",
do Expresso.
Lisboa ficou mais vazia, esteja onde estiver Adeus estamos com saudades..
Bem hajam
Carlos Fernandes
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