Quando em 1921 um grupo de intelectuais funda uma revista à qual dá o título de Seara Nova, a situação do país era profundamente instável e socialmente injusta, onde as convulsões a corrupção o desemprego a miséria eram como assim dizer a marca que prevalecia.
Desse grupo de intelectuais faziam parte homens de grande valor como Raul Proença, escritor e filósofo, Jaime Cortesão, professor e historiador, António Sérgio, professor e ensaísta, Aquilino Ribeiro , Câmara Reis , Ezequiel de Campos e tantos outros.A preocupação com o que se passava em Portugal era enorme, este grupo de intelectuais, publicava artigos com críticas sobre diversos assuntos e a partir de 1923 sentiu-se na obrigação de pôr a inteligência e cultura ao serviço do país de uma forma mais explícita: resolveu apresentar propostas alternativas que permitissem não só estancar as convulsões que se sucediam ininterruptamente, como salvar a República e a democracia.
Desse grupo de intelectuais faziam parte homens de grande valor como Raul Proença, escritor e filósofo, Jaime Cortesão, professor e historiador, António Sérgio, professor e ensaísta, Aquilino Ribeiro , Câmara Reis , Ezequiel de Campos e tantos outros.A preocupação com o que se passava em Portugal era enorme, este grupo de intelectuais, publicava artigos com críticas sobre diversos assuntos e a partir de 1923 sentiu-se na obrigação de pôr a inteligência e cultura ao serviço do país de uma forma mais explícita: resolveu apresentar propostas alternativas que permitissem não só estancar as convulsões que se sucediam ininterruptamente, como salvar a República e a democracia.
O facto de os homens da Seara Nova serem pessoas de saber, informadas fazia-os temer que a instabilidade permanente e em crescendo conduzisse Portugal a resvalar para uma ditadura fascista, tal como acontecera com a Itália com a tomada do poder por Benito Mussolini em 1922 e em Espanha com António Pinto Riviera em 1923.
Consideravam os seareiros que os intelectuais não podiam manter-se alheados da política, deviam intervir .
Ao tempo as instituições criadas pela república não se mostravam capazes de resolver os problemas e por isso tinham perdido a legitimidade. A insegurança em que as pessoas viviam punha em causa a autoridade do estado.
Na opinião do seareiros, tudo se resolveria com uma reforma profunda das mentalidades, com uma aposta forte na educação .Contudo conscientes que soluções dessa natureza levariam tempo, propunham que a curto prazo que se fizesse uma reforma da administração pública que tornasse os serviços mais eficazes e que garantisse o seu funcionamento, independentemente da política .Fosse qual fosse o partido que estivesse no poder, os serviços públicos (finanças, justiça, educação, saúde..) deviam funcionar de forma a satisfazer as necessidades e anseios dos cidadãos.
Em Março de 1923 os seareiros foram ainda mais longe e propuseram que se formasse um governo com os melhores homens de todos os partidos, um governo de Salvação da República, mas a ideia não vingou, e o futuro foi aquilo que todos sabemos, uma longa ditadura.
A pobreza, a miséria, a tristeza, a negação de direitos humanos essenciais – porque é disso que falamos quando falamos do estado actual do País – esmagam a liberdade, geram o medo, são más conselheiras. Porque também podem ser fonte de soluções antidemocráticas, que podemos suspeitar como começam mas não podemos saber como evoluem e terminam. Nesta matéria, infelizmente, experiência histórica não nos falta.
Pelos riscos e perigos da situação que se vive em Portugal, há que prestar atenção ao que se passa em países da Europa do Sul, integrantes também eles da UE, especialmente a Grécia, a Itália e a Espanha. Em particular, as recentes eleições gerais em Itália devem alertar-nos para os perigos que representam a demagogia, o populismo, a miragem de salvadores da Pátria, o controlo dos meios de comunicação de massas, tudo factores condicionantes da opinião pública e mobilizadores do eleitorado em sentidos que nada têm que ver com a Democracia entendida como governo do Povo, com o Povo e para o Povo. Se, como diz a canção-hino de José Afonso, “o povo é quem mais ordena”, é difícil imaginar que os portugueses vivam hoje numa democracia representativa, e muito menos na democracia participativa e no Estado de direito democrático de que fala o artigo 2.º da Constituição. Nenhum cidadão pode sentir-se legitimamente representado por alguém que conquistou o seu voto com um programa eleitoral que, vencidas as eleições, não só ignora como espezinha, com uma prática oposta às suas promessas eleiçoeiras. Nenhum cidadão pode sentir-se legitimamente representado quando sente que, depositado o seu voto na urna, fica esgotado o seu ciclo de participação na gestão da coisa pública.
Bem hajam
Carlos Fernandes
Bem hajam
Carlos Fernandes
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