Quebranto, cobreiro, mau-olhado, espinhela caída, erisipela, vento virado, peito arrotado. Quem quer que percorra as aldeias da zona rural, as pequenas cidades do interior ou mesmo as periferias das grandes cidades vai se deparar, em um momento ou outro, com alguns desses nomes que fazem parte de um mundo mágico-religioso, povoado de rezas, crenças, simpatias e benzeduras. Na cultura popular, corpo e espírito não se separam, tampouco desliga-se o homem do cosmos, ou a vida da religião. Para todos os males que atingem o corpo e a alma do homem sempre há uma reza para curar. É por isso que, apesar do tempo e dos avanços da medicina, a tradição dos benzedores ainda persiste na nossa moderna sociedade capitalista. Acreditando ou não no poder da reza, haverá sempre aqueles que procuram, nas rezas e nas benzeduras, uma cura para a sua doença ou um alívio para a sua dor.
É este vastíssimo património cultural que urge preservar . Se a eficiência destas rezas e benzeduras são credíveis , é outra história !
No entanto, já no que diz respeito ao sinapismo cataplasma de mostarda que se aplica como revulsivo, que ao irritar a pele irá descongestionar os órgãos e tecidos profundos subjacentes e, assim, poder melhorar os processos inflamatórios , os seus resultados são por mais evidentes neste nosso Portugal .
Quem sabe ?, Que não serão estes temas como a geoterapía , vinoterapia , alimentação vegetariana , naturismo , yoga etc... uma mais valia para combater a vulgaridade em que se tornaram as unidades de turismo rural, que proliferam no Portugal profundo, sem dúvida um segredo e um tesouro a ter em conta .
Bem hajam
Carlos Fernandes
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